No
dia 28 de março de 2025, enquanto este poema é publicado, encontro-me no Japão,
vivendo a magia da primavera e as lições que a natureza e a cultura japonesa
oferecem. É fascinante como, neste país, a efemeridade das sakuras (flores de
cerejeira) nos ensina a abraçar o presente, a saborear cada momento como se
fosse único, e a aceitar a beleza que existe na imperfeição.
O
Hanami, a tradição de admirar a florada das cerejeiras, é mais do que um
simples evento visual. Ele carrega consigo um profundo ensinamento: a vida é
fugaz, como as pétalas que caem suavemente ao chão, mas essa transitoriedade
torna cada instante mais precioso. Nesse momento, somos convidados a parar, a
observar, a ser gratos pela beleza que nos rodeia, sem pressa de avançar para o
próximo momento.
A
arte do Kintsugi, que celebra a reparação do quebrado, é outro símbolo
importante. No Japão, estou a aprender que a perfeição não é um objetivo a ser
alcançado, mas sim a aceitação do que somos – e do que não somos. Cada racha,
cada imperfeição, faz parte de quem nos tornamos. Esta filosofia, presente não
só na arte, mas na vida cotidiana, ensina que o verdadeiro valor está na
capacidade de restaurar o que foi quebrado, de encontrar a beleza no que foi
transformado.
Neste
poema, Sakuras, tentei capturar esses sentimentos: a leveza da flor de
cerejeira, a serenidade que nos é oferecida pelo Hanami, e o ensinamento
profundo do Kintsugi. No Japão, a calma dança com o tempo, contrastando com a
correria da vida moderna, que tantas vezes nos impede de viver plenamente o
presente.
Espero
que este poema te inspire a desacelerar, a observar com mais atenção o que
realmente importa e a aceitar que a perfeição não reside em não errar, mas em
aprender a viver com as nossas imperfeições.
Espero
que este poema te inspire a desacelerar, a observar com mais atenção o que
realmente importa e a aceitar que a perfeição não reside em não errar, mas em
aprender a viver com as nossas imperfeições.
Convido-te
a mergulhar neste pequeno pedaço de Japão através das palavras e a refletir
sobre como podemos aplicar esses ensinamentos no nosso próprio quotidiano, onde
quer que estejamos.
Até à próxima sexta-feira, aqui no blogue!
Despeço-me, como sempre, com o nosso habitual cumprimento: Beijos Poéticos.
M.ª Leonor Costa (Poesias da Nonô)