Escrever é uma arte poderosa, e todos nós, poetas e escritores, sabemos bem como as palavras podem tocar fundo nas emoções. Mas há algo que aprendi ao longo dos anos que me faz olhar para a escrita com ainda mais cuidado: aquilo que escrevemos pode ter uma influência real na nossa vida. Chamo-lhe a "lei da atração poética". Por vezes, parece que os versos que brotam de nós criam um caminho para certas situações, como se as palavras tivessem o poder de moldar a nossa realidade.
Já
senti isso na pele. Escrevi poemas que, sem perceber na altura, pareciam
prenunciar acontecimentos que mais tarde viriam a acontecer. É como se, ao dar
forma a determinados pensamentos e sentimentos, eu estivesse a chamar essas
experiências para a minha vida. A escrita, como qualquer forma de expressão
criativa, tem uma energia própria, e essa energia pode ter efeitos que nem
sempre conseguimos prever.
Por
isso, acredito que devemos ter um certo cuidado com o que escrevemos. Não falo
de autocensura ou de podar a nossa liberdade criativa — longe disso! O poeta é
livre e deve sê-lo em toda a sua essência. Contudo, há uma diferença entre
liberdade e irresponsabilidade. Não precisamos de ofender ou ferir para
expressar o que sentimos ou pensamos. Podemos ser críticos, questionadores, até
provocadores, sem recorrer a palavras que possam magoar intencionalmente.
A
escrita tem um poder extraordinário de transformação, não só na nossa própria
vida, mas também na vida daqueles que a leem. E se podemos usar esse poder para
o bem, para inspirar, para trazer à tona verdades ou para nos libertarmos de
emoções, por que não o fazer de forma consciente e cuidadosa? A verdadeira
liberdade não está em ofender ou chocar, mas em tocar profundamente, fazer
pensar e, quem sabe, mudar algo dentro de quem lê.
Então, a próxima vez que pegares numa caneta ou abrires o teu caderno digital, lembra-te: as tuas palavras são mais do que meros símbolos no papel. Elas têm o poder de atrair, de moldar, de transformar. Cuidado com o que escreves, pois o que nasce do teu coração e mente pode, de facto, vir a florescer no mundo à tua volta.
Por hoje, fico por aqui. Despeço-me, até à próxima sexta-feira, com o nosso habitual cumprimento, beijos poéticos,
M.ª Leonor Costa (Poesias da Nonô)