Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Hoje decidi não pensar / Today I decided not to think

Hoje decidi não pensar
Porque ao fazê-lo
Me andava a magoar.

Libertei o meu pensamento
Deixando ir
Tudo aquilo que doía cá dentro.

Optei por ser feliz
Durante breves momentos
Sem tormentos de qualquer cariz.

Hoje tomei uma decisão
Viver o agora
Libertando o meu coração.

Sentada na mesa da cozinha
no dia 22  de abril de 2016,
escrito à mão
7h36
 
Today I decided not to think
Because in doing so
I walked hurting.

I freed my thoughts
Letting go
Everything here it hurts inside.

I chose to be happy
During brief moments
No torments of any nature.

Today I made a decision
Live in now
Freeing my heart.

Sitting at the kitchen table
on April 22, 2016,
handwritten

7:36 a.m.

domingo, 1 de maio de 2016

Haiku, Haikai , 俳句

As flores vão brotando.

Os pássaros vão regressando.

A neve ainda vai cair.

29 de março de 2016,

El Corte Inglês, sala de âmbito cultural

escrito à mão

18h52




The flowers will sprouting.

The birds will returning.

The snow will also fall.


March 29, 2016,

El Corte Ingles, cultural context room

Handwritten

6:52 p.m

sábado, 30 de abril de 2016

Uma luz ao fundo do túnel / A light at the end of the tunnel

Uma luz ao fundo do túnel
Procuro vislumbrar
Nos dias escuros e cinzentos
Torna-se difícil imaginar.

Uma esperança longínqua
Impossível de alcançar
Um sinal divino
De que tudo pode melhorar.

A dádiva de um sonho
Pelo qual queremos lutar
Os percalços e desilusões
Que surgem no seu lugar.

A fé em alguma coisa
Nem sempre fácil de acreditar
O desconforto e desalento
Quando tudo parece falhar.

Uma luz bem lá no fundo
A qualquer momento pode surgir
A fé tem de ser cega
Para não se sucumbir.

Estação de Comboios da linha de Sintra (Sentido Lisboa)
no dia 21  de abril de 2016,
escrito à mão
8h36
 
A light at the end of the tunnel
I try to envision
In the dark and gray days
It is hard to imagine.

A distant hope
Impossible to achieve
A divine sign
That everything can improve.

The gift of a dream
By which we fight
Mishaps and disappointments
That arise in its place.

Faith in something
Not always easy to believe
The discomfort and despondency
When everything seems to fail.

A light deep inside
At any time may come
Faith must be blind
In order not to succumb.

Train station of Sintra line (direction Lisbon)
on April 21, 2016,
handwritten

8:36 a.m.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O parente pobre / The poor relative

O parente pobre

Fica sempre de fora

Não consegue acompanhar o nobre

Que vira costas e se vai embora.

 

Falta-lhe poder de compra

Para melhor viver

Faz aquilo que pode

Para conseguir sobreviver.

 

Pode ser um pai, mãe,

Primo, tio, sobrinho ou irmão

É parente também

E doí-lhe o coração.

 

O parente pobre

Nem sempre pode comparecer

Faz aquilo que pode

Mesmo ficando a sofrer.

 

Agualva, Sala de refeições

no dia 19 de abril de 2016,

escrito à mão

19h40

 


The poor relative

It is always off

You can’t follow the noble

That turns his back and walks away.

 

Lacks purchasing power

To better live

Do what you can

In order to survive.

 

It can be a parent,

Cousin, uncle, nephew or brother

It is also relative

And it hurts his heart.

 

The poor relative

You can’t always attend

Do what you can

Even going to suffer.

 

Agualva, dining room

on April 19, 2016,

handwritten

7:40 p.m

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Não me apetece falar / I do not feel like talking


Não me apetece falar

Nem ouvir a voz de ninguém

Preciso do meu espaço e tempo

Hoje o silêncio sabe-me tão bem

 

Doí-me o peito

Tenho um aperto no coração

Estou só no mundo

Nesta incompreensão.

 

Sentada na secretária no meu quarto

no dia 13 de abril de 2016,

escrito à mão

19h40

 

I do not feel like talking

Nor hear the voice of no one

I need my space and time

Today the silence know me so well

 

Hurts my chest

I have a heavy heart

I am alone in the world

This misunderstanding.

 

Sitting at the desk in my room

on April 13, 2016,

handwritten

7:40 p.m.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Se as pessoas fossem mais honestas / If people were more honest

Se as pessoas fossem mais honestas

Tudo isto era mais divertido

A vida seria mais fácil

Tudo faria mais sentido.

 

Se não houvessem tantas mentiras

Invejas, enganos e falsidades

A nossa existência

Seria inundada de verdades

 

Se a utopia fosse real

Uma fantasia tornada verdadeira

O sonho deixaria de ser ilusão

Eu deixaria de me sentir prisioneira.

 

Esta é a minha humilde visão

O mundo poderia ser diferente

Se houvesse mais coração.

 

Sentada na secretária no meu quarto

no dia 9 de abril de 2016,

escrito à mão

20h12


If people were more honest

All this was more fun

Life would be easier

It would make more sense.

 

If there weren’t so many lies

Jealousies, deceptions and falsehoods

Our existence

It would be flooded with truths

 

If the utopia was real

A fantasy made real

The dream would be illusion

I no longer feel captive.

 

This is my humble view

The world could be different

If there were more heart.

 

Sitting at the desk in my room

on April 9, 2016,

handwritten

8:12 p.m.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Já passaste os 25 anos? / Have you spent 25 years?


Já passaste os 25 anos?

Pergunta a minha sobrinha

O teu corpo assim o diz

Mas atua mente não vai nessa ladainha.

 

Os anos passaram

Vividos intensamente

Não te apercebeste da sua passagem

Porque se deu rapidamente.

 

O espelho te iludo

Não te dá uma imagem real

Sabes o que sentes por dentro

Mas que idade tens afinal?

 

A idade não importa

É apenas uma soma de aniversários

O que conta é o que há por dentro

Para nos sentirmos lendários.

 

Sentada numa cadeira do meu quarto, poema escrito com a colaboração da minha sobrinha (Filipa)

no dia 9 de abril de 2016,

escrito à mão

19h36



Have you spent 25 years?

Asks my niece

Your body says so

But acts will not mind this litany.

 

Years passed

lived intensely

Not notice you your ticket

Because if given quickly.

 

The mirror delude you

Does not give you a true picture

You know how you feel inside

But that old are you anyway?

 

Age does not matter

It's just a sum of birthdays

What counts is what's inside

For feel legendary.

 

I am sitting in a chair in my room, poem written in collaboration with my niece (Philippa)

on April 9, 2016,

handwritten

7:36 p.m
 

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