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Fotografia
tirada por mim / Photograph taken by me
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Passava constantemente numa loja de produtos
para o corpo e olhava para a montra onde estava exposta uma bandolete branca
com um laço vermelho as bolinhas brancas. Não sei por quê motivo, não entrei
logo para a comprar. Sei lá, talvez não tivesse ainda chegado o momento.
Um dia olhei para a montra, mas a bandolete já
lá não estava. Alguém se tinha antecipado. Pensei, se já lá não está, é porque
não era para mim.
Verdade seja dita, a ideia da bandolete não me
saia da ideia.
Algum tempo mais tarde, passo novamente pela
loja e vejo na montra a bandolete, como uma criança pequena, os meus olhos
brilharam.
Mas, sei lá bem porquê, nunca passava na loja
quando estava aberta. Ou esquecia-me de ir saber da bandolete, nos dias em que
eventualmente poderia ser que este estabelecimento comercial estivesse aberto.
Nem era pelo preço, até porque estava exposto
na montra e era mesmo irrisório.
Procrastinei…
Até que um dia, tomei a decisão, se a bandolete
estiver lá hoje, com certeza que a vou comprar.
Entrei na loja, dirigi-me ao balcão, e disse à
empregada da loja que queria aquela bandolete as bolinhas que estava na montra.
A empregada foi a um saco ver se tinha lá outra
bandolete igual, mostrou-me outras, mas eu queria aquela. Assim sendo,
dirigiu-se à montra e retirou a bandolete para mim e perguntou-me: É para
oferecer? Ao que eu respondo, prontamente, é. A empregada pergunta então é para
uma criança? Respondo afirmativamente e ainda escolho o laço do embrulho.
Pago a bandolete, recebo o embrulho na minha
mão e com um belo sorriso saio da loja. Não só comprei a bandolete, como também
presenteei a criança que vive dentro de mim.
Minha casa em
Mem-Martins
Escrito a computador
03/05/2019
16h20
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Fotografia tirada por mim / Photograph taken by me |
I would go to a store of body products
constantly and look at the window where there was a white band with a red bow
and the white balls. I do not know why, I did not go in and buy it. I do not
know, perhaps the moment had not yet come.
One day I looked at the storefront, but the
band was gone. Someone had anticipated. I thought, if it's not already there,
it's because it was not for me.
Truth be told, the idea of the
band I did not leave the idea.
Some time later, I pass by the store again and
see the small band in the showcase, as a small child, my eyes glittered.
But, I do not know why, I never went to the
store when it was open. Or I forgot to know about the band, in the days when it
might happen that this commercial establishment was open.
Nor was it for the price, even because it was
exposed in the storefront and was even derisory.
I procrastinated ...
Until one day, I made the decision, if the band
is there today, I'm sure I'll buy it.
I went into the store, went to the counter, and
told the store clerk that I wanted that little ball of the polka dots that was
in the storefront.
The maid went to the sack to see if she had
another suitcase there, showed me others, but I wanted that one. So she went to
the storefront and took the buggy for me and asked me, "Is it to
offer?" To which I respond, readily, it is. The maid asks then is it for a
child? I answer affirmatively and still choose the tie of the package.
I pay the bandolete, I receive the package in
my hand and with a beautiful smile I leave the store. Not only did I buy the
band, but I also gave the child who lives inside me.
My house in Mem-Martins
Written to computer
03/05/2019
4:20 p.m.