Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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quinta-feira, 17 de março de 2016

O temporal / The storm

Está muito frio
Há chuva e vento.
Invernos a fio
É sempre o mesmo tormento.

As temperaturas baixaram
Está escuro e cinzento
As nuvens choraram
É assim o mau tempo.

Talvez neve amanhã
Agravando as condições em geral
Este fim-de-semana
Está previsto um temporal.

Sentada no comboio da linha de Sintra (Benfica)
no dia 26 de fevereiro de 2016,
escrito à mão
13h28


It's very cold
Rain and wind.
Winters to wire
It is always the same torment.

Temperatures dropped
It's dark and gray
The clouds wept
So is the bad weather.

Maybe snow tomorrow
Exacerbating the conditions in general
This weekend
There will be a storm.

Sitting on the train from Sintra line (Benfica)
on February 26, 2016,
handwritten

1:28 p.m

quarta-feira, 16 de março de 2016

Proibido / Forbidden

É proibido ir por ai
Não estás autorizado a seguir por ali
Tantas proibições
Tamanhas limitações.

A certa hora não se pode
Nem a certos dias da semana
A vida foge
E dela pouco emana.

Regras e leis
Decretos e legislações
Alguns podem tudo
E para outros só há restrições.

É proibido ser
Não se pode viver
Para tudo há limites
Dificeis de perceber.

Sentada no comboio da linha de Sintra
no dia 26 de fevereiro de 2016,
escrito à mão
13h21


It is forbidden to go out there
You are not allowed to go down there
So many prohibitions
Such great limitations.

At certain time you can not
Or certain days of the week
Life flees
And of her little bit emanates.

Rules and laws
Decrees and legislations
Some may all
And for others there are only constraints.

It is prohibited to be
You can’t live
For all there are limits
Difficult to understand.

Sitting in the Sintra line train
on February 26, 2016,
handwritten

1:21 p.m

terça-feira, 15 de março de 2016

Milésimo de segundos / Millisecond

Num milésimo de segundo
Tudo pode mudar
É possível fazer diferente
A vida pode acabar.

Subitamente e do nada
As coisas podem melhorar
Num instante repentino
Impossível de evitar.

A um ritmo inalcansável
Que nenhum humano consegue travar
A realidade se transforma
Sem se premeditar.

Num milésimo de segundo
Imprevisto e difícil de imaginar
O mundo que antes girava
Pode simplesmente parar.

Agualva, Sentada à secretária
no dia 26 de fevereiro de 2016,
escrito à mão
11h31



In a millisecond
Everything can change
You can make different
Life can end.

Suddenly and out of nowhere
Things can improve
In a sudden moment
Impossible to avoid.

At a rate unreachable
No human can catch
The reality turns
Without premeditation.

In a millisecond
Unforeseen and difficult to imagine
The world that was spinning before
Can just stop.

Agualva, sat at the desk
on February 26, 2016,
handwritten

11:31 a.m

segunda-feira, 14 de março de 2016

Há palavras que não devem ser ditas / There are words that should not be said

Há palavras que não devem ser ditas
E pensamentos que não devem ser pensados
Há histórias malditas
E imensos pecados.

Há diálogos sem sentido
E sentimentos infundados
Tudo pode ser arrependido
Há momentos forçados.

Há vidas baseadas em mentiras
E outras bem reais
Há coisas muitos giras
E outras banais.

Há ideias interrompidas
Há notícias de jornais.
Há aqueles que admiras
Mas agora não posso escrever mais.

Sentada no carro do meu pai a caminho do Laranjeiro
no dia 20 de fevereiro de 2016,
escrito à mão
12h15



There are words that should not be said
And thoughts should not be thought of
There are bloody stories
And huge sins.

There are dialogues meaningless
And feelings unfounded
Everything can be sorry
There are forced times.

There are lives based on lies
And others very real
There are many things tours
And others trite.

There are disrupted ideas
Headlines of newspapers.
There are those who admire
But now I can’t write more.

Sitting in my dad's car on the way to Laranjeiro
on February 20, 2016,
handwritten

12:15

domingo, 13 de março de 2016

Haiku, Haikai , 俳句

Um vidro partido
Uma janela sem vista.
Um coração palpitante.

25 de fevereiro de 2016,
Sentada na mesa da cozinha
escrito à mão
8h01


A broken glass
A window without a view.
A throbbing heart.

February 25, 2016,
Sitting at the kitchen table
handwritten

8:01 a.m.

sábado, 12 de março de 2016

Abre-me as portas do mundo / Open to me the gates of the world

Abre-me as portas do mundo
Leva-me a viajar
Podemos ir até ao fundo
Sei que não nos vamos afogar.

Leva-me contigo
Quero te acompanhar
Tu serás o meu abrigo
Eu só a ti vou amar.

Abre as tuas asas de pássaro
Eu abro as minhas de borboleta
Tu serás o meu amparo
Eu serei a tua poeta.

Leva-me a conhecer o universo
Há muito para descobrir
Torna realidade este verso
E juntos podemos sorrir.

Sentada no carro do meu pai a caminho do Laranjeiro
no dia 20 de fevereiro de 2016,
escrito à mão
12h00



Open to me the gates of the world
Lead me to travel
We can go to the bottom
I know that we will not drown.

Take me with you
I want to follow you
You will be my shelter
I only you will love.

Open your bird wings
I open mine of butterfly
You will be my support
I will be your poet.

Lead me to know the universe
There is much to discover
Become reality this verse
And together we can smile.

Sitting in my dad's car on the way to Laranjeiro (Distrito de Setúbal, Portugal)
on February 20, 2016,
handwritten

12h00

sexta-feira, 11 de março de 2016

Estava destinado / It was meant to be

Estava destinado
Previa-se que ia acontecer
Era inevitável
De qualquer forma eu ia te perder.

Uma outra história
Nos esperava para ser vivida
Resta a memória
E uma bela adormecida.

A nossa evolução
Pressupunha outras aprendizagens
Os nossos carmas
Ditavam outras viagens.

Fico feliz por ti
Porque sei que estás bem
Eu estou aqui
No sentido evolutivo também.

Sentada na mesa da cozinha
no dia 18 defevereiro de 2016,
escrito à mão
7h57


It was meant to be
It is anticipated that would happen
It was inevitable
Anyway I would lose you.

Another story
Was waiting to be lived
There remains the memory
And a sleeping beauty.

Our evolution
Presupposed other learning
Our karmas
They are dictating other trips.

I'm happy for you
Because I know you're all right
I am here
In the evolutionary sense too.

Sitting at the kitchen table
on February 18, 2016
handwritten

7:57 a.m.

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