Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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sábado, 23 de março de 2019

Quadras/ Quatrains: Ramos robustos / Robust Branches

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor

Ramos robustos
Aguentaram todo o inverno
Alojam agora os ninhos
Com um abraço terno.

Comboio (Benfica),
Quadra manuscrita,
11 de março de 2019,
7h45

Robust Branches
Have you been through all winter
Now host the nests
With a tender hug.

Train (Benfica),
Quadra manuscript,
March 11, 2019,
7:45 a.m.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Diálogo entre poemas / Dialogue between poems: Primavera / Spring - David Mourão-Ferreira

Imagem retirada da Internet / Image taken from the Internet
Renascer na Privavera (Nonô)

O amor morre e nasce
Numa pulsação
Mesmo naqueles que outrora
Quiseram morrer
Para pararem de sofrer
Numa nova aurora,

Nem todos percebem o choro da desilusão
Pranto de indignação
Para voltar a viver
Morrer para renascer
Recompondo a visão
Um novo mundo de ilusão.

Torna-se possível viver sem ti
Perceber que não te perdi
Depois de algum tempo de solidão
Voltar à razão…
Claro que sobrevivi
E me reconstrui.

O hoje não é o que era
Acalmei a minha fera
Numa nova estação
A natureza impera
Tudo se torna bênção
No renascer da primavera.

Sentada à secretária em minha casa
22 de março de2019
1h24


***
Primavera 
David de Jesus Mourão-Ferreira 
(24/02/1927 – 16/06/1996)

Todo o amor que nos
Prendera
como se fora de cera
se quebrava e desfazia
ai funesta primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia

E condenaram-me a tanto
viver comigo meu pranto
viver, viver e sem ti
vivendo sem no entanto
eu me esquecer desse encanto
que nesse dia perdi

Pão duro da solidão
é somente o que nos dão
o que nos dão a comer
que importa que o coração
diga que sim ou que não
se continua a viver

Todo o amor que nos
Prendera
se quebrara e desfizera
em pavor se convertia
ninguém fale em primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia

***
Reborn in the Spring (Nonô)

Love dies and is born
In one heartbeat
Even in those who once
They wanted to die
To stop suffering
At a new dawn,

Not everyone realizes the cry of disillusionment
Weeping of indignation
To return to live
Dying to be reborn
Recomposing the vision
A new world of illusion.

It becomes possible to live without you.
Realize I did not lose you
After some time of solitude
Back to reason ...
Of course I survived
And rebuild me.

Today is not what it was.
I calmed my beast
In a new season
Nature reigns
Everything becomes blessing
In the rebirth of spring.

Sitting at my desk in my house
March 22, 2019
1:24 a.m.
***
Spring
David de Jesus Mourão-Ferreira
(02/24/1927 - 06/16/1996)

All the love that we
will fasten
as if out of wax
it broke and undone
oh how freaky spring
I wish I could
to have died that day.

And they condemned me to so much
live with me, my cry
live and live without you
living without
I forgot that charm
that I lost that day.

Solitude hard bread
it's only what they give us
what they give us to eat
that it matters that the heart
say yes or no
if you continue to live.

All the love that we
Will fasten
it broke and I undid
in dread it became
no one speaks in spring
I wish, who gave us
to have died that day.


quinta-feira, 21 de março de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - Depois do intenso apito / After the intense whistle

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor
Depois do intenso apito
A porta se fechou
Pouco importa
Quem saiu ou ficou.

A cada paragem
O comboio se esvazia ou enche
Pessoas em movimento
Que o percurso preenche.

Vai e vem constante
A qualquer hora do dia
É permanente a azafama
Desta correria.

Várias carruagens
Cheias de gente
Quando se ouve o apito
As portas fecham-se de repente

Comboio (Túnel do Rossio),
Poema manuscrito,
20 de fevereiro de 2019,
7h51

After the intense whistle
The door closed
It does not matter
Who left or stayed.

Every stop
The train empties or fills up
People on the move
That the course fills.

It comes and goes constant
Anytime of day
It is permanent the hustle and bustle
Of this rush.

Several coaches
Full of people
When you hear the whistle
The doors suddenly close.

Train (Rossio Tunnel),
Handwritten poem,
February 20, 2019,
7:51 a.m.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - Hoje o céu está diferente / The sky is different today

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor




 Hoje o céu está diferente
Um aglomerado de nuvens
Juntaram-se frente a frente.

Está prestes a chover
Reúnem-se para combinar
Qual delas irá verter
Para nos conseguirem molhar.

Céu em tons de cinza
Com mistura de azul
Estamos no pico do frio intenso
De Norte a sul.

Ao fundo o sol espreita
Algumas tonalidades de laranja
Quer chova, quer faça sol
Cá em baixo a gente se arranja

Comboio (Campolide),
Poema manuscrito,
19 de fevereiro de 2019,
7h45

The sky is different today
A clump of clouds
They met face to face.

It's about to rain
They meet to combine
Which one will pour
To get us wet.

Sky in shades of gray
With blue blend
We are at the peak of the intense cold
From North to south.

In the background the sun lurks
Some shades of orange
Come rain or shine
Below we can find a way

Train (Campolide),
Handwritten poem,
February 19, 2019,
7:45 a.m.


terça-feira, 19 de março de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - A vida é pautada por escolhas / Life is based on choices

Life is based on choices
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A vida é pautada por escolhas
Algumas certas, outras erradas
Notas ascendentes e decrescentes
Melodias alternadas.

O ritmo ora abranda ou acelera
Alegre ou assustador
Dando lugar ao silêncio
Triste ou libertador.

Há momentos em que tudo flui
É linda a harmonia
Segue-se uma perda de compasso
Dessintonizada sinfonia.

Algumas escolhas certas
Subitamente dão errado
Outras erradas
São afinal o caminho encontrado.

Esta é afinal a harmonia
Desenhada numa pauta musical
Uma estranha melodia
Do início das nossas histórias até ao final.

Comboio (Monte Abraão),
Poema manuscrito,
19 de fevereiro de 2019, 7h30
Worldly poetry

Life is based on choices
Some right, some wrong
Up and down notes
Alternate melodies.

The pace now slows or accelerates
Cheerful or scary
Giving place to silence
Sad or liberating.

There are times when everything flows
The harmony is beautiful.
There follows a time loss
Without tuned symphony.

Some right choices
They suddenly go wrong
Other Wrong
They are at last the path found.

This is after all the harmony
Drawn on a musical agenda
A strange melody
From the beginning of our stories to the end.

Train (Monte Abraão),
Handwritten poem,
February 19, 2019, 7:30 a.m.

Nonô Poems

segunda-feira, 18 de março de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - Frio gelado toca no rosto / Icy cold touches the face

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Frio gelado toca no rosto
Os olhos tendem a fechar
Lacrimejo…
Respiro este ar.

Ainda não amanheceu
Madrugada escura
Silêncio matinal
Que pouco dura.

O comboio não tarda
O dia vai acordar
A azafama recomeça
Vamos todos trabalhar.

A semana quase no fim
O tempo rapidamente passa
Neste constante frenesim
A rotina sempre a tocar.

Comboio (Benfica),
Poema manuscrito,
16 de fevereiro de 2019,
7h46

Icy cold touches the face
The eyes tend to close
I tear up ...
I breathe in this air.

Not yet dawn
Dark dawn
Morning Silence
How little hard.

The train will not delay
The day will wake up.
The hustle and bustle resumes
Let's all work.

The week almost at the end
Time quickly passes
In this constant frenzy
The routine is always playing.

Train (Benfica)
Handwritten poem,
February 16, 2019
7:46 a.m.


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