Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - Tudo é relativo / Everything is relative

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor
Tudo é relativo,
Mutável, flexível.
Ninguém tem lugar cativo
Tudo se torna volúvel.

Posso ser mais alta do que tu
Sendo mais pequena que outra pessoa
Para alguns posso ser má
E para outros ser boa.

Ninguém é feliz só
Está-se melhor acompanhado
Nada é absoluto
Tudo é condicionado.

Nada é permanente
Estamos em constante transformação
Triste é aquele que não evolui
Permanecendo no marasmo da estagnação.

Comboio (Reboleira)
Poema manuscrito,
8 de março de 2019,
7h37

Everything is relative,
Changeable, flexible.
No one has a captive place
Everything becomes voluble.

Can I be taller than you?
Being smaller than someone else
For some I can be bad
And for others to be good.

No one is happy alone.
You are better accompanied
Nothing is absolute
Everything is conditioned.

Nothing is permanent
We are in constant transformation
Sad is the one that does not evolve
Staying in the doldrums of stagnation.

Train (Reboleira)
Handwritten poem,
March 8, 2019,
7:37 a.m.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Falas muito / You talk a lot

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Falas muito,
Mas dizes pouco
Não vale a pena levantares a voz
Porque ainda ficas rouco.

Cansas o meu pensamento
Já não te consigo ouvir
Não é diálogo, é tormento
Aquilo que me fazes sentir.

Para por um momento
Tenta escutar
Palavras em catadupa
Não chegam a nenhum lugar.

Uma ideia de cada vez
Para o interlocutor compreender
Assim tornas-te mais assertivo
E mais fácil de entender.

Comboio (Cacém)
Poema manuscrito,
8 de março de 2019,
7h24

You talk a lot,
But you say little
It's not worth raising your voice.
Because you're still hoarse.

You tire of my thinking.
I can not hear you anymore
It is not dialogue, it is torment
What you make me feel.

Stop for a moment
Try to listen
Words in catadupa
They do not get anywhere.

One idea at a time
For the interlocutor to comprehend
So you become more assertive
And easier to understand.

Train (Cacém)
Handwritten poem,
March 8, 2019,
7:24 a.m.


segunda-feira, 8 de abril de 2019

Amores Platónicos / Platonic loves - Diametralmente opostos / Diametrically opposed

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Diametralmente opostos
Sem comuns gostos
Completamente diferentes
Dois corpos presentes.

Almas convergentes
Dos perigos inconscientes
Vencendo os medos
Vivendo enredos.

Polo positivo e negativo
Que o amor consegue neutralizar
Caminhos díspares
Que a vida juntou no mesmo lugar.

Gare de comboios de Mem-Martins,
Poema manuscrito,
8 de março de 2019,
7h14

Diametrically opposed
No common likes
Completely different
Two bodies present.

Converging Souls
Two unconscious dangers
Overcoming Fears
Living entanglements.

Positive and negative pole
That love can neutralize
Different paths
That life joined in the same place.

Train Gare of Mem-Martins,
Handwritten poem,
March 8, 2019,
7:14 a.m.


domingo, 7 de abril de 2019

Haiku, Haikai, 俳句

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céu limpo
avião lá no alto a passar.
Prédios em volta

Comboio (Cacém)
Haiku manuscrito,
11 de março de 2019
7h25

clear sky
plane high up passing.
Buildings around
Train (Cacém)
Haiku manuscript,
March 11, 2019
7:25 a.m.



sábado, 6 de abril de 2019

Quadras/ Quatrains: Ao som da música / To the sound of music

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Ao som da música
Faço uma viagem de comboio
Organizo o pensamento
Separo o trigo do joio.

Comboio (Campolide),
Quadra manuscrita,
11 de março de 2019,
7h47

To the sound of music
I take a train trip
I organize the thought
I separate the wheat from the chaff.

Train (Campolide),
Quadra manuscript,
March 11, 2019,
7:47 a.m.



sexta-feira, 5 de abril de 2019

Diálogo entre poemas / Dialogue between poems: Um poema que se perdeu / A poem that was lost – Fernando Namora


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Quantos Poemas Já Perdi (Nonô)

Os dias de chuva são tristes
concordo plenamente.
São dias longos e cinzentos.

Hoje é um desses dias…
(a caneta caiu no chão)

Poema que não registei no papel
Continua cá dentro
Na imaginação

Oh! Como te entendo…
O ruído do silêncio…

Estação de comboios de Mem-Martins
4 de abril de 2019
7h15

***
Um poema que se perdeu, in “Relevos”
de Fernando Namora
(Portugal15 abril 1919 - 31 janeiro 1989)

Hoje o dia é um dia chuvoso e triste
amortalhado
Naquela monotonia doente dos grandes dias.

Hoje o dia...
(a pena caiu-me das mãos)

Acabou-se o poema no papel.
Cá por dentro
Continua...

Oh! este marulhar das almas no silêncio!

***
How Many Poems Have I Lost (Nonô)

The rainy days are sad.
I fully agree.
They are long gray days.

Today is one of those days ...
(the pen fell to the floor)

Poem I did not write on paper
Stay in here.
in the imagination

Oh! As I understand you ...
The noise of silence ...

Train station of Mem-Martins
April 4, 2019
7:15 a.m.

***
A poem that was lost, in "Reliefs"
from Fernando Namora
(Portugal15 April 1919 - January 31, 1989)

Today is a rainy day and a sad day.
shrouded
In that sick monotony of the great days.

Today the day...
(the feather fell out of my hands)

The poem ended on paper.
Inside
To be continued...

Oh! this lapping of souls in silence!


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Preciosismos exagerados / Exaggerated oversight

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Preciosismos exagerados
Em pormenores que não interessam
Dispersando do que importa
Comunicações que se stressam.

Demasiado rigor
Não deixa fluir
Uma espécie de prisão
Que a paciência consegue destruir.

Máquina que não engrena
Nunca está pronta para avançar
Certos exageros
Impedem as coisas de andar.

Mesquinhez a mais
Junto com a melindrice
Perante tal cenário
A paciência não resiste.

Comboio (Túnel do Rossio),
Poema manuscrito,
4 de março de 2019,
7h46

Exaggerated oversight
In details that do not matter
Scattering what matters
Communications that stress.

Too strict
Do not let it flow
A kind of prison
That patience can destroy.

Non-gearing machine
You're never ready to move forward.
Certain exaggerations
They prevent things from walking.

Too much meanness
Along with the offending
Against this backdrop
Patience does not stand.

Train (Rossio Tunnel),
Handwritten poem,
March 4, 2019,
7:46 p.m.

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