Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Tolerância zero / Zero tolerance

Zero tolerance
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Tolerância zero
A impaciência paira no ar
Ânimos crispados
Nem se podem tocar.

Desrespeitos repentinos
Falta de noção de cidadania
Violência gratuita
De quem tem a mania.

Comunicação agressiva
Falta de diálogo
Em diferentes situações
O cenário é análogo.

Alguns sentem-se donos da razão
Outros deixam-se sublimar
Um mesmo padrão
Que devia mudar.

Comboio (Benfica)
Poema manuscrito,
12 de março de 2019,
8h

Zero tolerance
Impatience hangs in the air
Tight animos
They can not even touch.

Sudden disrespect
Lack of notion of citizenship
Free Violence
From who has the craze.

Aggressive communication
Lack of dialogue
In different situations
The scenario is analogous.

Some feel ownership of reason
Others are sublimated
Same standard
That should change.

Train (Benfica)
Handwritten poem,
March 12, 2019,
8 a.m.


terça-feira, 16 de abril de 2019

Poesias Mundanas / Poetry, Worldly poetry - Elixir da juventude / Elixir of Youth

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Elixir da juventude
Não nos deixa envelhecer
Disfarça os sinais
Faz-nos resplandecer.

Suaviza vincos e rugas
Que aparecem com a idade
Fortalece e tonifica
Devolve elasticidade.

Atua de fora para dentro
Se for de uso exterior
Pode agir em sentido inverso
Partindo do interior.

A forma como pensamos
Pode nos rejuvenescer
Ou ter o efeito contrário
Sem que nos consigamos aperceber.

As boas energias
De um espírito guarnecido
Revigoram a alma
Tornam o mundo agradecido.

Comboio (Amadora)
Poema manuscrito,
12 de março de 2019,
7h51

Elixir of Youth
It does not let us grow old.
Disguise the signs
It makes us shine.

Smoothes creases and wrinkles
That appear with age
Strengthens and tones
Returns elasticity.

Acts from the outside in
If it is for outdoor use
You can act in reverse
Departing from the interior.

The way we think
Can rejuvenate us
Or have the opposite effect
Without our realizing it.

The good energies
Of a spirit garnished
Invigorate the soul
Make the world grateful.

Train (Amadora)
Handwritten poem,
March 12, 2019,
7:51 a.m.


segunda-feira, 15 de abril de 2019

Poesias Mundanas / Poetry, Worldly poetry - Burilando / Chisel

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Burilando
Polindo as arestas
Dando novas formas ao real
No meio das giestas.

Aparando por dentro
Aquilo que brilha por fora
Aproveitando o momento
A vida é agora.

Ganhando sempre
Sem perder nada
Vivendo e aprendendo
Livre e apaixonada.

Com martelo e escopro
E uma pedra afiada
Longa aprendizagem
Até ao fim da estrada.

Comboio (Barcarena)
Poema manuscrito,
12 de março de 2019,
7h46


Chisel
Polishing the edges
Giving new forms to the real
In the middle of the gies.

Trimming Inside
What shines on the outside
Enjoying the moment
Life is now.

Always earning
Without losing anything
Living and learning
Free and in love.

With hammer and chisel
And a sharp stone
Long learning
To the end of the road.

Train (Barcarena)
Handwritten poem,
March 12, 2019,
7:46 a.m.

domingo, 14 de abril de 2019

Haiku, Haikai, 俳句

palmeiras verdes
aglomerado de canas.
Pincelada em meio urbano

Comboio (Barcarena)
Haiku manuscrito,
11 de março de 2019
7h27


green palm trees
agglomerate of reeds.
Brushing in an urban setting

Train (Barcarena)
Haiku manuscript,
March 11, 2019
7:27 a.m.


sábado, 13 de abril de 2019

Quadras/ Quatrains: Deixei de consegui ver / I could no longer see

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Deixei de consegui ver
O sol encadeou a minha visão
Virei-me para dentro
Refugiei-me na ilusão.

Comboio (Campolide),
Quadra manuscrita,
11 de março de 2019,
7h46

I could no longer see
The sun chained my vision
I turned inward.
I fled in the illusion.

Train (Campolide),
Quadra manuscript,
March 11, 2019,
7:46 a.m.


sexta-feira, 12 de abril de 2019

Diálogo entre poemas / Dialogue between poems: A Música / The music – Charles Baudelaire

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A Música (Nonô)


A música tem o poder de encantar!
Mesmo o mais duro marinheiro,
Pautas escritas para encantar,
Extenso e vasto cancioneiro.

Mentes hábeis, vozes afinadas
Com diferentes instrumentos musicais
Chegando aos recantos mais escondidos
Ouvidos pelos demais.

Sinto, sentimos, vibrar as emoções
Adrenalina que percorre no sangue
Curando todas as desilusões.

Consegue as nossas almas acalentar
Mas quando o silêncio regressa…
O coração volta a se estilhaçar!

Comboio (Rio de Mouro)
11 de abril de 2019
7h19

***
A Música
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal
Tradução de Delfim Guimarães

A música p'ra mim tem seduções de oceano!
Quantas vezes procuro navegar,
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano,
Minha pálida estrela a demandar!

O peito saliente, os pulmões distendidos
Como o rijo velame d'um navio,
Intento desvendar os reinos escondidos
Sob o manto da noite escuro e frio;

Sinto vibrar em mim todas as comoções
D'um navio que sulca o vasto mar;
Chuvas temporais, ciclones, convulsões

Conseguem a minh'alma acalentar.
— Mas quando reina a paz, quando a bonança impera,
Que desespero horrível me exaspera!

***
The music (Nonô)

Music has the power to enchant!
Even the toughest sailor,
Guidelines written to delight,
Extensive and vast songbook.

Skilled minds, honed voices
With different musical instruments
Reaching the hidden corners
Heard by the others.

I feel, we feel, vibrate the emotions
Adrenaline that runs in the blood
Healing all the delusions.

Can our souls cherish
But when the silence returns ...
The heart breaks again!

Train (Rio de Mouro)
April 11, 2019
7:19 a.m.

***
The music
Charles Baudelaire, in "The Flowers of Evil”

Music, like an ocean, often carries me away!
Through the ether far,
or under a canopy of mist, I set sail
for my pale star.
Breasting the waves, my lungs swollen
like a ship’s canvas,
night veils from me the long rollers,
I ride their backs:
I sense all a suffering vessel’s passions
vibrating within me:
while fair winds or the storm’s convulsions
on the immense deep
cradle me. Or else flat calm, vast mirror there
of my despair!


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Poesias Mundanas / Worldly Poetry - Numa outra dimensão / In another dimension

In another dimension
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Numa outra dimensão
Numa outra dimensão
A vida decorre de outra forma
Os mesmos acontecimentos
Uma outra visão.

Tempos paralelos
Cenários semelhantes
Os mesmos personagens
Feios e belos.

Outros começos
Novos desfechos
Ritmos e compassos alterados
Espaços de recomeços.

Comboio (Mercês)
Poema manuscrito,
11 de março de 2019, 7h18
Worldly Poetry

In another dimension
In another dimension
Life takes place differently.
The same events
Another vision.

Parallel times
Similar Scenarios
The same characters
Ugly and beautiful.

Other beginnings
New Outcomes
Changed rhythms and bars
Places of resumption.

Train (Mercês)
Handwritten poem,
March 11, 2019, 7:18 a.m.


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