Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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terça-feira, 8 de março de 2016

Sou um caixeiro viajante / I am a traveling salesman

Sou um caixeiro viajante
Ando sempre em viagem
Este é o meu modo de vida
A minha curta passagem.

Ando sempre em movimento
De um lado para o outro
Sou livre de pensamento
E nem sempre te encontro.

Ando sempre com a casa atrás
Que acompanha a minha mudança
Tornando a carga cada vez mais leve
Ganhando uma maior confiança.

Sou um lobo solitário
A deambular pelo mundo
Vejo tudo ao contrário
Com um sentimento profundo.


Sentada no comboio da linha de Sintra (Reboleira)
no dia 19 de dezembro de 2015,
escrito à mão
9h15



I am a traveling salesman
I'm always on travel
This is my way of life
On my short passage.

I'm always on the move
On one side to the other
I am free of thinking
And I do not always find you.

I’m always walking with the house behind
Accompanying my change
Becoming increasingly light load
Gaining greater confidence.

I am a lonely wolf
Wandering around the world
I see everything backwards
With a deep sense.

Sitting on the train from Sintra line (Reboleira)
on December 19, 2015,
handwritten

9:15 a.m.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Tic-tac, Tic-tac / Tick-tock, Tick-tock

Tic-tac, Tic-tac
O ritmo dos segundos
Marca a passagem do tempo
A cadência é constante
Uma melodia
Simultaneamente agradavel
E ensurdecedora
Ao fim de 60 tic-tac, tic-tac
Passou 1 minuto
O ritmo continua
O tempo está a passar
Entretanto chega o comboio
E outro som desvia o meu olhar.

Sentada na Estação de Comboios do Monte-Abrão
no dia 19 de dezembro de 2015,
escrito à mão
9h09



Tick-tock, Tick-tock
The pace of the second
Marks the passage of time
Cadence is constant
a melody
simultaneously pleasant
And deafening
After 60 tick-tock, tick-tock
Passed one minute
The pace continues
Time is passing
Meanwhile the train arrives
And another sound distracts my gaze.

Sitting in Monte-Abram's Train Station
on December 19, 2015,
handwritten

9:09 a.m.

domingo, 6 de março de 2016

Haiku, Haikai , 俳句

Timidamente uma flor
Floresceu no meio dos prédios.
Um atrevimento atroz.

16 de fevereiro de 2016,
Agualva
escrito à mão
17h03



Timidly a flower
It flourished in the middle of the buildings.
An atrocious impudence.

February 16, 2016,
Agualva
handwritten

5:03 p.m

sábado, 5 de março de 2016

Tanta gente bonita / So many beautiful people

Tanta gente bonita
Passeando de fato domingueiro
Apesar de hoje não ser domingo
Porque o sábado vem primeiro.

O sol esteve a brilhar
Mas agora se escondeu
As nuvens estão escuras e cinzentas
Mas ainda não choveu.

Já esteve calor
Agora está mais frio
Esta foi uma tarde soalheira
Na companhia do rio.

Sentada no jardim em Belem
no dia 12 de dezembro de 2015,
escrito à mão
14h54



So many beautiful people
Wandering with Sunday clothes
Although today is not a Sunday
Because Sabbath comes first.

The sun was shining
But now he hid himself
The clouds are dark and gray
But still it did not rain.

It has been heat
Now is colder
This was a late sunny
In the company of the river.

Sitting in the garden in Belem
on December 12, 2015,
handwritten

2:54 p.m

sexta-feira, 4 de março de 2016

Será que há finais felizes? / There are happy endings?

Depois de alguns dissabores
De não conseguir compreender a dor
De superar perdas
De duvidar do verdadeiro amor.
Uma questão em mim se levantou,
Será que há finais felizes?
É possível confiar?
Encontrar confiança no outro,
Voltar a acreditar?
Será que há para sempre?
Um projeto a dois.
Haverá mais do que um agora
É possível existir um depois?
A dúvida impera,
Será para toda a vida?
Ou apenas uma aventura
Que passa despercebida.

Sentada à secretária no meu quarto
no dia 5 de dezembro de 2015,
escrito à mão
21h32



After some unpleasantness
Failing to understand the pain
To overcome losses
Doubting of the true love.
A question I got up,
Are there happy endings?
You can trust?
Find confidence in the other,
Back to believe?
Are there forever?
A project for two.
There will be far more than a now
It can be an after?
Doubt reigns,
It will be for life?
Or just an adventure
That goes unnoticed.

Sitting at the desk in my room
on December 5, 2015,
handwritten

9:32 p.m

quinta-feira, 3 de março de 2016

Adiar a vida / Postpone life


Adiar a vida

Com medo do que está para acontecer

É sentir arrependida

E com medo de viver.

 

Esperar pelo amanhã

Para tudo o que tem de ser agora

É uma atitude vã

Uma flor que não desflora.

 

Adiar o inadiável

Por receio ou insegurança

É inimaginável

Reprimir a esperança.

 

Esperar e desesperar

É uma atitude pouco ativa

Mesmo indo devagar

É preciso seguir a vida.

 

Sentada no comboio da linha de Sintra

no dia 29 de janeiro de 2016,

escrito à mão

18h26

 

 
Postpone life

Afraid of what is about to happen

It is feeling sorry

And afraid to live.

 

Wait for tomorrow

For all that has to be now

It is a vain attitude

A flower that not blooms.

 

Postpone the unavoidable

For fear or insecurity

It is unimaginable

Repress hope.

 

Wait and despair

It's a little active attitude

Even going slowly

You have to follow life.

 

Sitting on the Sintra line train

on January 29, 2016,

handwritten

6:26 p.m

quarta-feira, 2 de março de 2016

Quadras/ Quartains: Ainda a Primavera / Still the spring


Ainda a Primavera

Tarda a renascer

Já a borboleta

Põe as asas a mexer.


Sentada o comboio da linha de Sintra

no dia 29 de janeiro de 2016,

escrito à mão

18h15




Still the spring

Slow to be reborn

Already the butterfly

Puts her wings to move.


Sitting the train from Sintra line

on January 29, 2016,

handwritten

6:15 p.m

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