Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Falem de mim / Talk about me

Falem de mim
Com inteira liberdade
Mas procurem dizer
Apenas a verdade.

Até vos dou espaço
Para alguma improvisação
À falta de realidade
Vocês dão asas à imaginação.

Falem de mim
Se isso vos satisfaz
Há quem consiga ser feliz assim
A mim tanto me faz.

O tema das vossas conversas
É para mim redutor
Falar da vida dos outros
É um prato com mau sabor.

Sentada a mesa da cozinha em casa dos meus pais
28 de julho de 2016
8h09
Escrito à mão


Talk about me
With complete freedom
But try to say
Just the truth.

I even give you space
For some improvisation
In the absence of reality
You give wings to your imagination.

Talk about me
If this satisfies you
Some people can be so happy
To me it does not matter.

The theme of your talk
For me it is reducer
Talk of the lives of others
It is a dish with bad taste.

Sitting at the kitchen table in my parents' house
July 28, 2016
8:09 a.m.

Handwritten

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O voo de uma gaivota / The flight of a seagull

O voo de uma gaivota
Não é igual ao de uma andorinha
Nem de um pombo, melro ou corvo
O pássaro voa e também caminha.

Os voos rasantes de uma águia ou falcão
São diferentes de um mocho ou coruja
Animais predadores
Deles não há quem não fuja.

O voo de uma qualquer ave
É bonito de apreciar
Só é pena que nós humanos
Naturalmente não possamos voar.


Sentada numa praia em Cascais
24 de julho de 2016
19h05
Escrito à mão



The flight of a seagull
It is not equal to that of a swallow
Neither a pigeon, blackbird or crow
Bird flies and also walks.

The flybys of an eagle or hawk
They are different from an owl
Predatory animals
Of them there’s not who don’t run away.

The flight of any bird
It is beautiful to enjoy
It is a pity that we humans
Naturally we can’t fly.


Sitting on a beach in Cascais
July 24, 2016
7:05 p.m.

Handwritten

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Nem quinhentos, nem dez mil quilómetros / Neither five hundred or ten thousand kilometers

Nem quinhentos, nem dez mil quilómetros
Podem travar o teu destino
Aquilo que tem de acontecer
Descobre o seu caminho.

Não é possível a sua previsão
É deixar acontecer
Tudo é como tem de ser
Só é preciso viver.

De ti não podes fugir
E o mesmo vais receber
Tudo acontece por uma razão
Nem sempre fácil de compreender.

Aquilo que és aqui
És noutro qualquer lugar
Sempre que fizeres o mesmo
O mesmo vais recuperar.


Sentada numa praia em Cascais
24 de julho de 2016
18h58
Escrito à mão


Neither five hundred or ten thousand kilometers
Can lock your destination
What has to happen
Find its way.

Unable to your forecast
It is let it happen
Everything is as it has to be
You just have to live.

Of you can’t escape
And so you will receive
Everything happens for a reason
Not always easy to understand.

What you are here
You are in another anywhere
Whenever you do the same
The same you will recover.

Sitting on a beach in Cascais
July 24, 2016
6:58 p.m

Handwritten

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Soprando bolas de sabão por prazer / Blowing soap bubble for pleasure

O sorriso de uma criança
Soprando bolas de sabão
Gargalhadas sentidas
Soltando bolinhas para o cão.

Transparentes e incolores
Sobem lentamente no ar
Rebentam-se facilmente
Vão para todo o lugar.

Uma simples brincadeira
Que dá gosto ver
As gargalhadas de uma criança
Soprando bolas de sabão por prazer.

Sentada numa praia em Cascais
24 de julho de 2016
18h50
Escrito à mão


A child's smile
Blowing soap bubbles
Felt laughter
Dropping balls to the dog.

Clear and colorless
Rise slowly in the air
They burst easily
They go to whole place.

A simple joke
What a pleasure to see
The laughter of a child
Blowing soap bubbles for pleasure.

Sitting on a beach in Cascais
July 24, 2016
6:50 p.m.

Handwritten

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Hoje faço 41 / Today I do 41

Hoje faço 41
Podiam ser apenas catorze anos
Vou soprar as minhas velas
Tenho sonhos, mas não tenho planos.

Quase não dei pelo tempo a passar
Esta idade nem mesmo o espelho reconhece
Sou ainda uma jovem
E a todos assim ainda parece.

A família reuni
Para com alegria poder festejar
Há marisco para o almoço
E há também um rico jantar.

Há um dia bem passado
Como se fosse outro qualquer
Há bolo de aniversário
E champanhe para beber.

Sentada na minha secretária em casa dos meus pais
13 de agosto de 2016
00h10
Escrito à mão



Today I do 41
Could be only fourteen
I'll blow my candles
I have dreams, but I have no plans.

I almost did not give the time to pass
This age even the mirror don’t recognizes
I'm still young
And everyone seems so also.

The family gathered
For with joy celebrate
There seafood for lunch
And there is also a rich dinner.

There is a day well spent
As if it were any other
There's birthday cake
And champagne to drink.

Sitting on my desk in my parents' house
August 13, 2016
00:10 a.m.

Handwritten



domingo, 14 de agosto de 2016

Haiku, Haikai , 俳句

A música ecoa no meu cérebro
A paisagem resplandecente.
Sente-se o barulho ensurdecedor do silêncio.

24 de julho de 2016,
Sentada na praia de Cascais
escrito à mão
18h39


The music echoes in my brain
The resplendent landscape.
It feels the deafening noise of silence.
July 24, 2016,
Sitting on the beach in Cascais
handwritten

6:39 p.m.

sábado, 13 de agosto de 2016

Hoje não sou poeta / Today I am not a poet

Hoje não sou poeta,
Não sou ninguém
Estendida neste extenso areal
Sou apenas uma mulher real.

Sou um ser em paz
Em dia de descanso
Não procurando ser perfeita
E que por fim a realidade aceita.

Aprendi a dar tempo ao tempo
A aproveitar o melhor da vida
Sendo fiel sobretudo a mim
Sinto-me mais compreendida.

Hoje não procuro ser ninguém
Apenas quero sentir
Respirar a liberdade
Deste estranho devir.

Sentada na numa praia em Cascais
24 de julho de 2016
17h07
Escrito à mão


Today I am not a poet,
I'm nobody
Extended in this extensive beach
I'm just a real woman.

I am a being in peace
On a rest days
Not trying to be perfect
And that finally accepts the reality.

I learned to give time to time
Taking advantage of the best of life
Being especially true to me
I feel more understood.

Today I do not try to be anyone
I just want to feel
To breathe freedom
Of this strange becoming.

Sitting on a beach in Cascais
July 24, 2016
5:07 p.m.

Handwritten

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