Este poema não é meu
Nós,
os ateus, nós, os monoteístas,
Hélia Correia (Lisboa, fevereiro de 1949)
Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
Nós, os que reduzimos a beleza
A pequenas tarefas, nós, os pobres
Adornados, os pobres confortáveis,
Os que a si mesmos se vigarizavam
Olhando para cima, para as torres,
Supondo que as podiam habitar,
Glória das águias que nem águias tem,
Sofremos, sim, de idêntica indigência,
Da ruína da Grécia (Correia 2012: 13)
Diálogo entre Poemas
Apesar de sermos ateus
Nonô (Lisboa, 15 de agosto de 1975)
Apesar
de sermos ateus
Acreditamos
na harmonia do universo
Um
propósito maior
Que não
cabe neste verso!
É de
notar a perda de valores
A ambição
e a ganância
Cegam
os demais
Prolifera
a arrogância.
Concordo
que nos ombros
Carregamos
o peso da história.
Mem-Martins, quinta-feira, 10 de dezembro de 2020, 17h03
Nonô (M.ª
Leonor Costa)
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