Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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quinta-feira, 7 de março de 2019

Poesias Mundanas / Worldly poetry - Como um comboio / Like a train

Like a train
Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor
Como um comboio
Em alta velocidade
As pessoas passam nas nossas vidas
Algumas descem no apeadeiro
Outras trazem-nos felicidade
As restantes serão esquecidas.

O ritmo desta passagem
Mal nos deixa conhecer
Vidas que mal se cruzam
Quem se apresenta hoje
Amanhã é para esquecer
Ao compasso que os dias mudam.

Laços que se desmancham
Em leves fitas de seda
Nós escorregadios
Braços bem abertos
Sem que ninguém se aperceba
Somos todos solitários vadios

Comboio (Barcarena)
Poema manuscrito,
12 de fevereiro de 2019
7h30

Like a train
At high speed
People pass in our lives.
Some descend on the stop
Others bring us happiness
The rest will be forgotten.

The pace of this passage
Bad let's meet
Lives that barely cross each other
Who presents today
Tomorrow is to forget
As the days change.

Lashes that break
On light silk ribbons
Slippery knot
Arms wide open
Without anyone noticing
We are all lonely stray

Train (Barcarena)
Handwritten poem,
February 12, 2019
7:30 a.m.


quarta-feira, 6 de março de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Faça você mesmo / Do it yourself

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor


Faça você mesmo
É só seguir as instruções
Desenrasque-se pelos seus meios
Não lhe dou mais explicações.

O caminho é seu
Sozinho vai ter de o percorrer
Dos jogos de pista que te lanço
Retire todo o seu saber.

Faça-se à vida
Não dependa de ninguém
Que culpa tenho eu que seja esquecida
Esforce-se para ir mais além.

Não lhe vou facilitar a vida
Adoro vê-la vacilar
Se estiver arrependida
Sempre pode regressar.

Construa o seu lugar
Organize à sua maneira
Já agora pegue nas chaves de parafuso
E monte a sua própria cadeira.

Comboio (Túnel do Rossio)
Poema manuscrito,
5 de fevereiro de 2019
7h47

Do it yourself
Just follow the instructions
Strive by your means
I do not give you any more explanation.

It's your way
Alone, you'll have to go through it.
Of the track games that I throw at you
Take away all your knowledge.

Make yourself to life
Do not depend on anyone
What guilt I have that is forgotten
Strive to go further.

I will not make life easier for you.
I love watching you falter
If you are sorry
You can always return.

Build your place
Organize Your Way
Now grab the screwdrivers
And set up your own chair.

Train (Rossio Tunnel)
Handwritten poem,
February 5, 2019
7:47 a.m



terça-feira, 5 de março de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Deixa-me ouvir o som do silêncio / Let me hear the sound of silence

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Deixa-me ouvir o som do silêncio
Fechar os olhos e respirar
Encher de ar os pulmões
Para conseguir serenar.

Deixem-me sentir o corpo
Ficar mais tranquilo
Soltando o turbilhão de ideias
Sobre isto e aquilo.

Deixem-me simplesmente estar
Dona e senhora do meu nariz
Seguindo adiante
Procurando apenas ser feliz.

Comboio (Rio deMouro)
Poema manuscrito,
5 de fevereiro de 2019
7h20


Let me hear the sound of silence
Close my eyes and breathe
Fill the lungs with air
To achieve serenity.

Let me feel the body
To be calmer
Unleashing the whirlwind of ideas
About this and that.

Let me simply be
Mistress of my nose
Moving on
Just looking to be happy.

Train (Moorish river)
Handwritten poem,
February 5, 2019
7:20 a.m



segunda-feira, 4 de março de 2019

Amores Platónicos / Platonic loves - Vejo-te à transparência / I see you to the transparency

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Vejo-te à transparência
Até aquilo que não queres mostrar
Bem tentas esconder
Mas não consegues disfarçar.

Tenho olhos de lince
Coração de leão
Por de trás da tua alma
Vejo o que está para alem da razão.

Podes tentar fingir
Arriscar jogar comigo
Consegues facilmente rir
Assim como ser fingindo.

Amiga do tempo
Sei que acabo por vencer
Tudo se encaixa na perfeição
Nada tenho a temer.

Comboio (Rossio)
Poema manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
16h59

I see you to the transparency
Even what you do not want to show
You're trying to hide
But you can not disguise it.

I have lynx eyes
Lion Heart
Behind your soul
I see what lies beyond reason.

You can try to pretend
To risk playing with me
You can easily laugh
Just like being fake.

Time friend
I know I just won
Everything fits perfectly
I have nothing to fear.

Train (Rossio)
Handwritten poem,
February 4, 2019
4:59 p.m


domingo, 3 de março de 2019

Haiku, Haikai, 俳句

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o comboio partiu
a grande velocidade.
O pombo bica o chão

Comboio (Rossio)
Haiku manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
17h01

the train left
at great speed.
The pigeon spikes the ground

Train (Rossio)
Haiku manuscript,
February 4, 2019
5:01 p.m.



sábado, 2 de março de 2019

Quadras/ Quatrains: Nervos em franja / On edge

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor

Nervos em franja
Pernas a tremer
A insegurança é tremenda
Superar é vencer.

Comboio (Amadora),
Quadra manuscrita,
4 de fevereiro de 2019,
17h26

On edge
Trembling legs
The insecurity is tremendous.
To overcome is to win.

Train (Amadora),
Manuscript quatrain,
February 4, 2019,
5:26 p.m.



sexta-feira, 1 de março de 2019

Diálogo entre poemas / Dialogue between poems: Encantar-te-ás com os poetas até conheceres um / You will enchant yourself with the poets until you meet one – José Luís Peixoto


Imagem retirada da Internet / Image taken from the Internet


Quando conheceres um poeta (Nonô)

Quando conheceres um poeta,
ele pode usar calças ou saia
e ser uma pessoa comum.

Eles são almas criativas
que preenchem o vazio com palavras,
sobre os assuntos mais variados.

Se falares com um poeta
poderás ver as tuas conversas registadas
algures nas entrelinhas.

Nem sempre só
Por vezes acompanhado
Os poetas são um pouco aluados.

Comboio (Benfica)
Poema manuscrito,
28 de fevereiro de 2019
17h18
***
Encantar-te-ás com os poetas até conheceres um.
Com calças de poeta, camisa de poeta e casaco
de poeta, os poetas dirigem-se ao supermercado.

As pessoas que estão sozinhas telefonam muitas vezes,
por isso, os poetas telefonam muitas vezes. Querem
falar de artigos de jornal, de fotografias ou de postais.

Nunca dês demasiado a um poeta, arrepender-te-ás.
São sempre os últimos a encontrar estacionamento
para o carro, mas quando chove não se molham,

passam entre as gotas de chuva. Não por serem
mágicos, ou serem magros, mas por serem parvos.
A falta de sentido prático dos poetas não tem graça.

José Luís Peixoto, in Gaveta de Papéis (2008)

***

When you meet a poet (Nonô)

When you meet a poet,
He can wear pants or skirt.
and be an ordinary person.

They are creative souls
that fill the void with words,
on the most varied subjects.

If you talk to a poet
you can see your conversations recorded
somewhere between the lines.

Not always alone
Sometimes accompanied
The poets are a little aloof.

Train (Benfica)
Handwritten poem,
February 28, 2019
5:18 p.m.

***
You will enchant yourself with the poets until you meet one.
With poet's pants, poet's shirt and coat
of poet, the poets go to the supermarket.

People who are alone often call,
so poets often call. They want
talk about newspaper articles, photographs, or postcards.

Never give too much to a poet, you will repent.
They are always the last to find parking
to the car, but when it rains do not get wet,

pass through the raindrops. Not because they are
magicians, or being thin, but being silly.
The lack of practical meaning of the poets is not funny.

José Luís Peixoto, in Drawer of Papéis (2008)


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