Bem-vindo(a) ao projeto criativo de Cultura, Artes e Letras, Poemas, Quadras, Haikus, Contos e Escritas da autoria da Poetisa Nonô / Welcome to the creative project of Culture, Arts of Poems, Quatrains, Haikus, Short Stories and Writings by the Poetess Nonô (Alter ego de / of: M. ª Leonor Costa)

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terça-feira, 5 de março de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Deixa-me ouvir o som do silêncio / Let me hear the sound of silence

Imagem retirada da Internet e manipulada com/ Image taken from the Internet and manipulated with: https://photomania.net/editor


Deixa-me ouvir o som do silêncio
Fechar os olhos e respirar
Encher de ar os pulmões
Para conseguir serenar.

Deixem-me sentir o corpo
Ficar mais tranquilo
Soltando o turbilhão de ideias
Sobre isto e aquilo.

Deixem-me simplesmente estar
Dona e senhora do meu nariz
Seguindo adiante
Procurando apenas ser feliz.

Comboio (Rio deMouro)
Poema manuscrito,
5 de fevereiro de 2019
7h20


Let me hear the sound of silence
Close my eyes and breathe
Fill the lungs with air
To achieve serenity.

Let me feel the body
To be calmer
Unleashing the whirlwind of ideas
About this and that.

Let me simply be
Mistress of my nose
Moving on
Just looking to be happy.

Train (Moorish river)
Handwritten poem,
February 5, 2019
7:20 a.m



segunda-feira, 4 de março de 2019

Amores Platónicos / Platonic loves - Vejo-te à transparência / I see you to the transparency

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Vejo-te à transparência
Até aquilo que não queres mostrar
Bem tentas esconder
Mas não consegues disfarçar.

Tenho olhos de lince
Coração de leão
Por de trás da tua alma
Vejo o que está para alem da razão.

Podes tentar fingir
Arriscar jogar comigo
Consegues facilmente rir
Assim como ser fingindo.

Amiga do tempo
Sei que acabo por vencer
Tudo se encaixa na perfeição
Nada tenho a temer.

Comboio (Rossio)
Poema manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
16h59

I see you to the transparency
Even what you do not want to show
You're trying to hide
But you can not disguise it.

I have lynx eyes
Lion Heart
Behind your soul
I see what lies beyond reason.

You can try to pretend
To risk playing with me
You can easily laugh
Just like being fake.

Time friend
I know I just won
Everything fits perfectly
I have nothing to fear.

Train (Rossio)
Handwritten poem,
February 4, 2019
4:59 p.m


domingo, 3 de março de 2019

Haiku, Haikai, 俳句

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o comboio partiu
a grande velocidade.
O pombo bica o chão

Comboio (Rossio)
Haiku manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
17h01

the train left
at great speed.
The pigeon spikes the ground

Train (Rossio)
Haiku manuscript,
February 4, 2019
5:01 p.m.



sábado, 2 de março de 2019

Quadras/ Quatrains: Nervos em franja / On edge

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Nervos em franja
Pernas a tremer
A insegurança é tremenda
Superar é vencer.

Comboio (Amadora),
Quadra manuscrita,
4 de fevereiro de 2019,
17h26

On edge
Trembling legs
The insecurity is tremendous.
To overcome is to win.

Train (Amadora),
Manuscript quatrain,
February 4, 2019,
5:26 p.m.



sexta-feira, 1 de março de 2019

Diálogo entre poemas / Dialogue between poems: Encantar-te-ás com os poetas até conheceres um / You will enchant yourself with the poets until you meet one – José Luís Peixoto


Imagem retirada da Internet / Image taken from the Internet


Quando conheceres um poeta (Nonô)

Quando conheceres um poeta,
ele pode usar calças ou saia
e ser uma pessoa comum.

Eles são almas criativas
que preenchem o vazio com palavras,
sobre os assuntos mais variados.

Se falares com um poeta
poderás ver as tuas conversas registadas
algures nas entrelinhas.

Nem sempre só
Por vezes acompanhado
Os poetas são um pouco aluados.

Comboio (Benfica)
Poema manuscrito,
28 de fevereiro de 2019
17h18
***
Encantar-te-ás com os poetas até conheceres um.
Com calças de poeta, camisa de poeta e casaco
de poeta, os poetas dirigem-se ao supermercado.

As pessoas que estão sozinhas telefonam muitas vezes,
por isso, os poetas telefonam muitas vezes. Querem
falar de artigos de jornal, de fotografias ou de postais.

Nunca dês demasiado a um poeta, arrepender-te-ás.
São sempre os últimos a encontrar estacionamento
para o carro, mas quando chove não se molham,

passam entre as gotas de chuva. Não por serem
mágicos, ou serem magros, mas por serem parvos.
A falta de sentido prático dos poetas não tem graça.

José Luís Peixoto, in Gaveta de Papéis (2008)

***

When you meet a poet (Nonô)

When you meet a poet,
He can wear pants or skirt.
and be an ordinary person.

They are creative souls
that fill the void with words,
on the most varied subjects.

If you talk to a poet
you can see your conversations recorded
somewhere between the lines.

Not always alone
Sometimes accompanied
The poets are a little aloof.

Train (Benfica)
Handwritten poem,
February 28, 2019
5:18 p.m.

***
You will enchant yourself with the poets until you meet one.
With poet's pants, poet's shirt and coat
of poet, the poets go to the supermarket.

People who are alone often call,
so poets often call. They want
talk about newspaper articles, photographs, or postcards.

Never give too much to a poet, you will repent.
They are always the last to find parking
to the car, but when it rains do not get wet,

pass through the raindrops. Not because they are
magicians, or being thin, but being silly.
The lack of practical meaning of the poets is not funny.

José Luís Peixoto, in Drawer of Papéis (2008)


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Catarse das Palavras / Catharsis of Words - Até os imortais morrem / Even the immortals die

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Até os imortais morrem
Os insubstituíveis são substituídos
Num estalar de dedos
Os honestos são corrompidos.

Vivemos na impermanência
O que é hoje não é amanhã
Enquanto por cá andamos
Mantendo a mente sã.

O tempo encarrega-se
De por tudo no devido lugar
As personagens da história
Estão sempre a mudar.

Hoje sentes-te no topo do mundo
Amanhã talvez no fundo do poço
Muitos tuneis tu irás passar
Neste sinuoso troço.

Cairás muitas vezes
Nem sempre ficarás de pé
Feliz aquele que semeia amigos
E consegue manter a fé.

Comboio (Rossio)
Poema manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
7h55

Even the immortals die
The irreplaceable ones are replaced
In a snap of fingers
The honest ones are corrupted.

We live in impermanence
What is today is not tomorrow
While we walk here
Keeping the mind healthy.

Time takes care of itself
For everything in place
The characters in the story
They are always changing.

Today you feel on top of the world.
Tomorrow maybe in the bottom of the pit
Many tunnels you will pass
In this sinuous stretch.

You will fall often
You will not always stand
Happy the one who sows friends
And manages to keep the faith.
Train (Rossio)
Handwritten poem,
February 4, 2019
7:55 a.m


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Amores Platónicos / Platonic loves - Um par de corações a pulsar / A pair of hearts pumping

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Um par de corações a pulsar

Juntos batem mais forte
Ambos se vão amparar
Em dias de má sorte.

Um abraço apertado
Rosto encostado no peito
Sentido o ritmo a bombar
Naquilo de que o momento é feito.

Serenata de sentimentos
Um beijo na testa
Química de duas almas
Com sabor a festa.

Sonho ideal
Lírico e romântico
Fantasia irreal
Um doce cântico.

Comboio (Benfica)
Poema manuscrito,
4 de fevereiro de 2019
7h50

A pair of hearts pumping
Together they hit harder
Both will support
On bad luck days.

A tight hug
Face leaning on the chest
Sense the rhythm to bomb
In that the moment is made.

Serenade of feelings
A kiss on the forehead
Chemistry of two souls
With taste of party.

Ideal dream
Lyrical and romantic
Unreal fantasy
A sweet song.

Train (Benfica)
Handwritten poem,
February 4, 2019
7:50 a.m


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