PT: Olá! Sou poetisa eclética e impressionista, autora de 6 livros individuais e participante em 60 obras coletivas. Este espaço é o palco da minha criatividade. Aqui, Poemas, Quadras, Haikus e Contos ganham vida. Dou voz aos meus versos em eventos e rádios, enquanto construo uma comunidade de Amigos da Nonô. Sou júri em concursos e adoro contar-te 'estórias'. Junta-te a mim e sente a escrita em detalhe.
Hello! I am an eclectic and impressionistic poetess, author of 6 individual books and contributor to 60 collective works. This space is the stage for my creativity. Here, Poems, Quatrains, Haikus, and Short Stories come alive. I give voice to my verses at events and on the radio, while building a community of Nonô's Friends. I serve as a contest judge and love telling you 'stories'. Join me and feel the writing in detail.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Poesias Mundanas / Worldly Poetry - Adeus, minha borboleta / Goodbye, my butterfly

Adeus, minha borboleta

Adeus, minha borboleta

Vais partir para outras paragens

A tua vida não é obsoleta

Para ti os sonhos vão deixar de ser miragens.

 

Partiste em prol do amor

Para teres a vida que sempre desejaste

Ficou um amargo sabor

E um profundo desgaste.

 

Sentiste-te presa e sem poder voar

Aos limites tentaste-te ajustar

Agora abres novamente as tuas asas e vais-te libertar

Voltas para junto dos teus para voltares a sonhar.


Poema manuscrito: Sentada no autocarro que parte de Chaves com destino a Boticas, 28 de abril de 2015, 8h30
In Costa, M.ª Leonor, Poesias Mundanas. Vol. I
Worldly Poetry

Goodbye, my butterfly

Goodbye, my butterfly

You will leave for other places

Your life is not obsolete

For you dreams will no longer be mirages.

 

You left for the sake of love

To have the life you've always wanted

A bitter taste remains

And a deep weariness.

 

You felt trapped and unable to fly

To the limits you tried to adjust

Now you spread your wings again and set yourself free

You're coming back to your loved ones to dream again.


Handwritten: Sitting on the bus from destination with Chaves to Boticas, on April 28, 2015, 8:30 a.m.
In Costa, M.ª Leonor, Worldly Poetry. Vol. I
Nonô Poetry

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Poesias Mundanas / Worldly Poetry - Autorretrato / Self-portrait

Self Portrait

M.ª Leonor Costa (Nonô)

Autorretrato

Não sinto ganância

Também não sou invejosa

Para mim só a essência tem importância

Acho-me pouco vaidosa.

 

Posso até ser um pouco egoísta

Por não partilhar tudo o que é meu

Sou por vezes altruísta

E tenho respeito por aquilo que é teu.

 

Não me sinto narcisista

Apesar de gostar muito de mim

Talvez dentro de mim o ego já não exista

Porque me esforcei para ser assim.

 

Livre procuro-me sentir

Dentro dos limites impostos à liberdade

Da vida tento usufruir

E com pouco ter felicidade.


Poema manuscrito: Sentada no autocarro que parte de Chaves com destino a Boticas, 24 de abril de 2015, 8h57
In Costa, M.ª Leonor, Poesias Mundanas. Vol. I
Worldly Poetry

Self-portrait

I feel no greed

I am not envious either

For me only the essence is important

I think I'm not very vain.

 

For not sharing all that is mine

I am sometimes selfless

And I have respect for what is yours.

 

I don't feel narcissistic

Even though I love myself very much

Maybe inside me the ego no longer exists

Because I've made an effort to be so.

 

Free I try to feel

Within the limits imposed on freedom

I try to enjoy life

And with little to have happiness.


Handwritten: Sitting on the bus from destination with Chaves to Boticas, on April 24, 2015, 8:57 a.m.
In Costa, M.ª Leonor, Worldly Poetry. Vol. I
Nonô Poetry

terça-feira, 28 de abril de 2015

Catarse das Palavras: "Sossego para o meu coração" / Catharsis of Words: "Peace for My Heart"

PT: Sossego para o meu coração

 

Que se lixe a casa

e todos os bens materiais.

O apego não alimenta a brasa,

não nos faz sentir especiais.

 

Quando eu morrer,

nada do que possuo irá comigo.

Prefiro bem viver

e não carregar este castigo.

 

O dinheiro é um passaporte

para tudo aquilo que se consegue comprar.

Quero apenas 20 € para a minha morte

para a barca poder pagar.

 

Sem dinheiro, muito se faz;

basta dar largas à imaginação.

Agora preciso de paz

e de sossego para o meu coração.

 

 

Escrito: Sentada no autocarro de Chaves com destino a Boticas,

poema manuscrito, 24 de abril de 2015, 8h48

In Costa, M.ª Leonor. Catarse das Palavras. Vol. I

Catharsis of Words

EN: Peace for My Heart

 

To hell with the house

and all material possessions.

Attachment doesn't feed the fire;

it doesn't make us feel special.

 

When I die,

nothing I own will go with me.

I prefer to live well

and not carry this burden.

 

Money is a passport

to everything you can buy.

I just want €20 for my death

to be able to pay for the barge.

 

Without money, much can be done;

you just have to give free rein to your imagination.

Now I need peace

and tranquility for my heart.

 

Written: Sitting on the bus from Chaves to Boticas,

Handwritten poem, April 24, 2015, 8:48 a.m.

In Costa, M.ª Leonor. Catharsis of Words. Vol. I
Nonô Poetry



Nota: Este artigo foi revisto e atualizado no dia 09/10/2025.

Note: This article was revised and updated on October 9, 2025.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Amores Platónicos / Platonic Loves - Rumo à minha felicidade / Towards my happiness

Rumo à minha felicidade
Vais-me continuar a dizer
Que eu não te avisei
Que não te dei a conhecer
Que não argumentei e gritei.

Vais continuar a afirmar
Que não me viste chorar
Que não me quiseste enganar
E que só mentindo eu poderia engravidar.

Vais continuar a repetir
Os mesmos argumentos diariamente
Eu já não te consigo ouvir
A tua voz tolda a minha mente.

Vai, eu deixo-te ir
Procura a tua identidade
Eu vou em breve partir
Rumo à minha felicidade.

Sentada no autocarro que parte de Chaves com destino a Boticas,
Poema manuscrito,
24 de abril de 2015, 8h36
In Costa, M.ª Leonor. Amores Platónicos. Vol. I
Platonic Loves
Towards my happiness
You'll still tell me
I did not warn you
I did not give you the knowing
Not argued and screamed.

Will you continue to assert
That you did not see me cry
That you would not deceive me
And that only lying I could get pregnant.

Will you continue to repeat
The same arguments daily
I already can’t hear you
Your voice blurs my mind.

Go, I'll let you go
Search your identity
I'll soon leave
Towards my happiness.

Sitting on the bus from destination with Chaves to Boticas,
Handwritten poem,
on April 24, 2015, 8:36 a.m.
In Costa, M.ª Leonor. Platonic Loves. Vol. I
Nonô Poetry

domingo, 26 de abril de 2015

Amores Platónicos / Platonic Loves - A culpa foi do destino / The fault was of fate

A culpa foi do destino 
Uma oportunidade é o que me pedes
Depois de todas as que já te dei
Tenho a sensação que não medes
Tudo aquilo que por ti abdiquei.

Fizeste ouvidos moucos
Às minhas argumentações
Os outros não são loucos
Tu alimentas frustrações.

Apagaste a chama do amor
Já nada arde no meu peito
Apenas resta algum rancor
E um pouco de respeito.

Assim termina uma história
De duas vidas que se cruzaram
Ficam apenas as memórias
Daqueles, que por culpa do destino, se encontraram.

Sentada no autocarro que parte de Chaves com destino a Boticas
Poema manuscrito
24 de abril de 2015, 8h28
In Costa, M.ª Leonor. Amores Platónicos. Vol. I
Platonic Loves
The fault was of fate
An opportunity is what you ask
After all I've given you
I have a feeling that you don’t measure
All that I abdicated for you.

You did deaf ears
To my arguments
The others are not crazy
You nourish frustrations.

You blotted out the flame of love
Already nothing burns in my chest
It only remains a grudge
And a little respect.

So ends a story
Of two lives that crossed
Staying only memories
Of those, who by fate's fault, met.

Sitting on the bus from destination with Chaves to Boticas,
Handwritten poem,
on April 24, 2015, 8:28 a.m.
In Costa, M.ª Leonor. Platonic Loves. Vol. I
Nonô Poetry

sábado, 25 de abril de 2015

Catarse das Palavras: "Peço desculpa por ter pedido ajuda" / Catharsis of Words - Peço desculpa por ter pedido ajuda / I apologize for asking help

PT: Peço desculpa por ter pedido ajuda

 

Peço desculpa por ter pedido ajuda.

Se dela não precisasse, não a pedia.

Lamento a sua recusa,

não volto a incomodar.

Não contava com a sua atitude,

desprevenida, fiquei-me a chorar.

 

A nossa falta de comunicação

já vem de lá de trás no tempo.

A sua exigência comigo é imensa.

O seu respeito não consigo alcançar.

Foi a sua incompreensão

que me assustou e me fez voar.

 

Já não consigo reprimir;

para fora a mágoa tenho de deitar.

Muitas vezes errei na vida

por ter medo de o desapontar.

Agora já sou crescida,

sinto que nada tenho que provar.

 

Escrito: Sentada à secretária em Boticas, escrito a computador,

 21 de abril de 2015, 16h10
In Costa, M.ª Leonor. Catarse das Palavras. Vol. I

Catharsis of Words

EN: I Apologize for Asking for Help

 

I apologize for asking for help.

If I didn't need it, I wouldn't have asked.

I regret your refusal;

I won't bother you again.

I wasn't counting on your attitude;

unprepared, I was left to cry.

 

Our lack of communication

goes way back in time.

Your expectations of me are immense;

I can't seem to earn your respect.

It was your misunderstanding

that frightened me and made me fly.

 

I can no longer suppress it;

I have to let the hurt out.

I often made mistakes in life

because I was afraid of disappointing you.

Now I am an adult;

I feel I have nothing to prove.

 

Written: Sitting at my desk in Boticas, on the computer,

April 21, 2015, 4:10 p.m.

In Costa, M.ª Leonor. Catharsis of Words. Vol. I
Nonô Poetry



Nota: Este artigo foi revisto e atualizado no dia 09/10/2025.

Note: This article was revised and updated on October 9, 2025.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Poesias Mundanas / Worldly Poetry - Chuva de pétalas / Petals rain

Chuva de pétalas

A primavera chegou

As árvores desataram a florir

O tempo piorou

E as pétalas começaram a cair.

 

Seguidas umas pelas outras e lentamente

À sua volta um lindo manto se espalhou

Uma perspetiva que não fica para sempre

Apenas se vê o que o vento não levou.

 

É uma autêntica chuva

Que cai de várias árvores

Assenta como uma luva

E têm muitas e lindas cores.

Escrito a computador: Sentada à secretária em Boticas,
21 de abril de 2015, 12h25
In Costa, M.ª Leonor, Poesias Mundanas. Vol. I
Worldly Poetry

Petals rain

Spring has arrived

The trees began to blossom

The weather got worse

And the petals began to fall.

 

Followed one by the other and slowly

Around them a beautiful mantle spread

A view that doesn't stay forever

You only see what the wind didn't carry away.

 

It’s an authentic rain

Falling of various trees

It fits like a glove

And has many beautiful colors.

Written on the computer: Sitting at my the desk in Boticas,
on April 21, 2015, 12:25 p.m.
In Costa, M.ª Leonor, Worldly Poetry. Vol. I
Nonô Poetry

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Catarse das Palavras: "De onde sou só eu sei" / Catharsis of Words: "Only I Know Where I'm From"

PT: De onde sou só eu sei

 

Um dia a Trás-os-Montes cheguei

e desde logo muito estranhei.

Um estranho mundo encontrei;

para outro tempo, sinto que viajei.

 

Aos poucos me adaptei;

novo vocabulário e hábitos herdei.

Aqui muito me inspirei,

e um dia para a realidade acordei.

 

Agora estou de partida;

não sei quando regressarei.

Vai-me custar a despedida,

mas de onde sou só eu sei.

 

Poema manuscrito: Sentada no autocarro de Chaves com destino a Boticas, 21 de abril de 2015, 8h53

In Costa, M.ª Leonor. Catarse das Palavras. Vol. I

Catharsis of Words

EN: Only I Know Where I'm From

 

One day I arrived in Trás-os-Montes,

and right away I felt very strange.

I found a strange world;

I feel like I traveled to another time.

 

Little by little I adapted;

I inherited a new vocabulary and new habits.

I was very inspired here,

and one day I woke up to reality.

 

Now I'm leaving;

I don't know when I will return.

The goodbye will be hard for me,

but only I know where I'm from.

 

Written: Sitting on the bus from Chaves destination to Boticas,

Handwritten poem, on April 21, 2015, 8:53 a.m.

In Costa, M.ª Leonor. Catharsis of Words. Vol. I
Nonô Poetry



Nota: Este artigo foi revisto e atualizado no dia 09/10/2025.

Note: This article was revised and updated on October 9, 2025.