Olá, queridos leitores!
No próximo dia 10 de agosto, vou celebrar 9 anos desde que comprei a minha casa - um marco que me lembra o quanto cresci e tudo o que vivi desde então.
Desde
fevereiro de 2018, abracei uma etapa desafiante e transformadora: viver
sozinha.
Foi
nesse silêncio cheio de possibilidades que me reencontrei.
Cuidar
de mim, da casa, das contas, dos horários — tudo era responsabilidade minha. E
ao mesmo tempo… liberdade.
Aprendi
a escutar-me melhor, a dar valor às rotinas que me sustentam, aos gestos que me
confortam, aos momentos que me fortalecem.
Houve
noites em que o silêncio pesou, e outras em que me embalei nele.
Descobri
que estar sozinha não é o mesmo que estar só. É estar inteira.
Esta
conquista não é só prática — é emocional, é espiritual, é profundamente
pessoal.
Vivi
dias difíceis, mas também celebrei pequenas vitórias: montar um móvel, pagar
uma conta com o meu esforço, cuidar de mim com mimo e presença.
Hoje, sei que posso contar comigo. E isso vale ouro.
![]() |
As minhas Gatas |
📝 Poema:✨ Morar em solitude
Fechei
a porta. Dei dois passos.
Ouvi
o eco — e o eco era meu.
A
mim, aprendi a dar abraços,
pois
no silêncio… só resto eu.
Na
sala, as gatas dormiam
como
se tudo estivesse certo.
O
mundo lá fora corria,
mas
aqui dentro, tudo estava em aberto.
O
tempo andava descalço.
Não
havia vozes, nem planos a dois.
Só
o som do meu corpo,
a
reaprender o agora… e o que fica para depois.
Organizei
o dia. Cuidei das contas.
Decidi
a hora do jantar. Ou não jantar.
Levei
o lixo à rua, substituí a lâmpada,
respondi
aos silêncios… e aos pesares por encarar.
As
gatas seguiam-me os passos,
com
a liberdade calma de quem não exige.
Houve
noites em que chorei baixinho,
com
uma dor que ainda me aflige.
Mas
houve manhãs em que o sol me tocou
como
se dissesse: fizeste bem em ficar.
Viver
sozinha é viver inteira —
e
hoje sei que comigo posso contar.
Isso
vale mais do que qualquer promessa,
vale
mais do que silêncio mal-acompanhado,
vale
mais do que um meio amor…
isso
é solitude. É amor de ouro banhado.
Vivi
sozinha e cuidei de mim com autonomia,
porque
muito me fizeram sofrer.
No
início não foi escolha.
Mas acabei por me escolher.
Série: Nonô Lê Versos do Blogue
🎧 Ouve aqui o poema em áudio:
🎬 Vê e sente o poema neste vídeo:
E
tu, já viveste algum período da tua vida a sós? O que aprendeste contigo nesse
tempo?
Até
amanhã, aqui no blogue
Despeço-me, como sempre, com o nosso habitual cumprimento: ✨
Sem comentários:
Enviar um comentário