Olá, queridos leitores!
Há
quem escreva poemas no papel. Eu escrevi alguns na pele.
Cada
furo, cada traço, cada marca no meu corpo é uma celebração — de conquistas, de
mudanças, de liberdade.
Fiz
os primeiros furos nas orelhas quando terminei a quarta classe, ainda menina,
como um pequeno ritual de passagem.
Aos
18, celebrei a maioridade com mais três.
O
piercing no umbigo chegou aos 27, em Málaga — cidade de luz e arte, terra de
Pablo Picasso — como símbolo de um recomeço: deixei de fumar e ganhei uma nova
leveza.
A
tatuagem nas costas nasceu quando um relacionamento amoroso de 12 anos acabou.
Dói transformar, mas também liberta.
O
piercing no nariz veio depois, em Chaves, cidade que marcou um ciclo de
introspeção e escrita.
Não
sei se farei mais. Já estive para avançar outras vezes, mas ainda não
aconteceu.
O
que sei é que cada uma destas marcas é minha. Um verso silencioso que me
habita, um lembrete de que sou dona da minha história, do meu corpo e das
escolhas que nele registo.
Porque
também se escreve poesia na pele.
📝 Poema: ✨ Marcas com Alma
Furei as orelhas, era ainda menina,
um
gesto pequeno, de alma fina.
Aos
dezoito, mais três, como flor que se abre,
a
querer mostrar ao mundo que já era grande.
No
umbigo, uma joia quando deixei de fumar,
em
Málaga, o corpo a respirar.
A
tatuagem nas costas, memória serena,
de
um amor que findou sem mágoa, com pena.
No
nariz, em Chaves, mais uma ousadia,
brilhozinho
discreto, sinal de poesia.
Não
sei se virão mais marcas assim,
mas
cada uma delas é parte de mim.
São
versos que a pele decidiu guardar,
histórias
de vida, formas de amar.
Celebro
o corpo com arte sentida,
cada
furo e traço são poesia vivida.
Série: Nonô Lê Versos do Blogue
🎧 Ouve aqui o poema em áudio:
🎬 Vê e sente o poema neste vídeo:
📣E
tu, tens alguma marca que conte a tua história?
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